sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tum ta-tum
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Assim bate o tempo todo
Me trazendo alegrias e tristezas
Por causa de uma simples substância
Maldita adrenalina
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Tum ta-tum
E continua a bater
Bombeando o líquido da vida
Que escorre em minhas artérias
Carregado pelo ar que respiro
A caminho de minhas células que já nem sei se vivas estão
Como estariam mortas se meu sangue ainda corre?
Mas como ainda vivo com essa pulsação terrível
Que meu coração sente quando te vê
Não sei se é dor, ânimo ou desespero
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Mas que culpa tem meu coração
Que só tem uma principal função
A função de me manter viva
Nem é ele que manda em minha vida
Ele é mais um capacho das minhas células nervosas
Essas sim são a causa do meu desespero
Que me faz cair por inteiro
Aos seus pés novamente
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Queridas veias
Vocês não sairiam impunes
Desse meu relato acusatório
Onde só busco a culpa e não a solução
Vocês levam os restos
Restos líquidos sem vida
Para recicla-los mais uma vez
Vivo com sangue velho por sua causa
Nada de novo tenho
Só tenho o que foi transformado e reutilizado
Assim meu sangue ainda carrega
Os restos de dor e tristeza que sobraram
A alegria inicial foi morta nesse ciclo interminável
A felicidade não é reciclável
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Tum ta-tum
Átrios e ventrículos
Se preparem para a sentença
Da sua culpa injustiçada
Já que sei sua importância
Nada mais simples do que acabar uma vida ao começar por vocês
Por isso possuo esse punhal em minhas mãos
Que logo irá apunhalar
Meu triste coração

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Te coloco num pedestal
Abro minha vida
como algo banal
Te recebo com sorrisos
Te faço mil agrados
Mas e você?
Retribui humildemente isso?
Ou só aceita e ignora?
Sim, sou uma hipócrita
Esperando retorno de quem não se importa
Esperando palavras vazias que me fazer sorrir
Esperando as migalhas
Me escondendo por não saber ao certo
como dizer aquilo que não sei como expressar
Aquilo que não sei entender
Me perco em minha pequena grande bagunça
Não encontro a porta de saída do meu ilustre coração
Talvez porque eu já não estou nele
Nele só restou você e a escuridão
Só restou a minha servidão
Como uma escrava que não sabe como reagir
Como alguém que deseja servir
Sem receber nada em troca
Como o amor de quem só agrada
De quem não quer magoar
De quem se importa com o que você sente
Você faz o mesmo?
Me ama na mesma intensidade?
E se acabasse?
Você iria chorar? Ou no dia seguinte estaria bem?
Difícil obter respostas de quem não sabe responder
Difícil realizar perguntas se eu não sei o que dizer
O resultado é deixar seguir
É deixar passar para ver até onde podemos ir