sábado, 23 de agosto de 2014

Ela sonhava com o amanhã,
Fazia planos, imaginava
De toda sorte
Possuía todas menos uma
Aquela que pra ela mais importava
Mas mesmo assim vivia
Sempre com o pé no chão
E a cabeça como um avião
Em um vôo sem direção
Mas se a cada subida sua sorte crescia
A cada descia se afastava do seu desejo
E aos poucos foi sonhando
Sonhando com o amanhã,
Fazendo planos, imaginando
De toda sua curta historia
O vento levou a todas menos uma
Aquela que mais desejava esquecer
Porém a história não era só dela
Ele não sonhava com o amanhã,
Ele não fazia planos, nem imaginava
De todas as sortes possuía apenas uma
Aquela que ela tanto sonhava
Mas dessa sorte proveito não tirou
Pelo seu uso improprio
Que a fez sonhar,
Fazer planos, imaginar
E depois cair
Cair como quem cai de paraquedas do avião
Porém sem a proteção de uma queda certa e segura
Ela caiu como quem cai de um avião em pleno vôo
E todo o seu choro
Para ele dedicou
"Olhe agora lindo homem
O que você fez com meu coração,
De muitos quis você
E de muitas a todas desejou"
Se isso não lhe bastasse
O fim da vida preferia
Amargurada e desprovida
Ela não mais sonhava com o amanhã,
Não mais fazia planos, nem imaginava
De toda sorte já não possuía nenhuma
E também já não vivia
Os pés estavam ainda mais no chão
E a cabeça não mais no avião
Estava agora em outra solução
Se já não estava viva de tanto não viver
Ainda não estava morta porque faltava-lhe morrer
E a morte a ela, ele causou
Sem o menor arrependimento ou rancor
Porque pra ele haviam muitas
E pra ela os muitos eram apenas muitos
Que não lhe causavam o que ele causou
Porque ele foi tudo pra ela
E ela de nada pra ele...
Porque ele tinha muitas
E ela apenas ele...
Agora nem mais isso detinha a posse
Talvez de sua curta vida o que levou
Foi a bela morte que ele a causou...

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