Os mesmos sonhos não são suficientes
Se agora ando as ruas solitária
Imagino o seu caminhar lento e sinuoso
Um pouco desengonçado
Mas você não precisa saber disso
Seus pés escorregam levemente pela calçada
Como uma criança que se diverte em um escorregador
Cada movimento seu é ritmado
Como talvez aquela tão famosa sinfonia
Seus olhos miram o mundo
Como duas ameixas pretas fitando cada movimento ao seu redor
Eles costumavam fitar a mim
Suas mãos balançando levemente contra o vento
Me lembram o vôo dos pássaros no céu
Elas costumavam seguras as minhas
A sua boca sempre com as mesmas piadas que quase ninguém ri
Elas me faziam rir
Por mais que você possa não saber
Seus cabelos
Ah como gostava de bagunça-los
Você nunca se importava
Porque antes eramos nós
Mas o branco do seu uniforme
Continua a cintilar a minha volta
Mas nunca ao meu lado
Os dias tenebrosos vieram
Agora só me resta observar-te
Assim, mesmo de longe
Você me parece o certo para estar ao meu lado
Mas não são nossas escolhas não é mesmo?
Eu sei que logo seguirá em frente
E quando isso acontecer
Desejo não estar por perto
Porque irá doer
Como uma ferida exposta
Porém oculta aos olhos de todos
Porque eles não saberão o quanto meu sofrimento aumenta
Porque você não saberá da dor que invade meu peito aos poucos
Como saberei que será a hora de seguir em frente?
Se nem ao menos posso caminhar
Porque o meu caminhar se constrói sobre o seu
Quem irá me levantar a cada tropeço quando você seguir em frente?
Quem irá fugir comigo quando tudo parecer tão errado?
Quem poderei chamar de meu a cada partida?
Quem poderá me abraçar quando eu estiver novamente perdida?
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." - Platão
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
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