Lembra quando ainda eramos jovens?
Tínhamos tanto medo do futuro
Lembra das madrugadas acordados?
Pensando o que aconteceria com a nossa vida
Fazendo planos de que fosse pra sempre
Lembra do nosso primeiro beijo?
Tímido como uma criança
Lembra que não poderíamos ficar juntos
E ainda não podemos
E não conseguimos suportar
Será que realmente valeu a pena?
Com certeza cada segundo ao seu lado valeu
Se lembra quando terminamos?
Não, eu não te merecia e nunca fui digna de você
Lembra como aquilo doeu?
Aquelas longas noites de lágrimas
Acompanhadas da doce sinfonia das chuvas de verão?
Se lembra quando te vi novamente com um anel no dedo?
Aah, aquilo doeu
Como uma punhalada nas costas
Eu não podia estar ao seu lado
E você conseguira alguem melhor
Alguem que entendia seus sonhos
Que acreditava como você
Que não precisava desabafar os próprios problemas sobre quem ela amava
Em partes fico feliz por saber que você encontrou seu caminho
Agora deve estar caminhando sob o luar
Com aquela moça que realmente sabe te amar
E quanto a mim?
Eu não consegui anel
Nem desabafo
Nem felicidade
De tudo só me restou a saudade
E a culpa honrosa
De te ver feliz
Enquanto aproveito o amargo ardor da lagrima
Eu, um bom livro e um violão...
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." - Platão
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Pássaros
Aquelas criaturinhas felizes
Elas me enjoam
Aquele doce cantar ao amanhecer
Me dá náuseas
Mas por quê?
Talvez o vôo
A vontade de ser livre
O desejo do céu nunca conquistado
Sim, tenho inveja dos pássaros
Não são apenas felizes
São a projeção perfeita
De tudo o que desejara para mim,
Para nós
Será que irei alcançar?
Tenho o orgulho e a decência de dizer que não
Não irei alcançar os pássaros
Nunca cantarei como eles
Não posso voar
Nunca serei livre
E é por isso que nunca me esqueço dos pássaros
É por isso que o meu incômodo se transforma em submissão
Aquelas vasilhas imundas
Espalhadas pelo meu quintal
Repletas com banquetes para quem aprecia
Continuam simplesmente no meu quintal
Esperando serem degustadas pelo meu maio inimigo
Ou diria amigo?
Porque sei que nos pássaros posso confiar
Porque eles não revelam os segredos
Se eu os obrigar a cantar...
domingo, 21 de dezembro de 2014
Obrigada mundo
Obrigada pela fina dor que sinto sobre meus músculos
Obrigada por todo peso em mim sobreposto
Obrigada por aquelas doces palavras que hoje partem com o respingar da chuva
Obrigada pela desconstância do meu ciclo
Obrigada por de tão morta me fazer viva
Obrigada pelas dores agora sentidas
E por aquelas que ainda virão
Obrigada pelos sonhos de mim arrancados
Enquanto observava o sereno e límpido azul do luar
Obrigada pelas manhãs devastadoras
Que corromperam cada gota de amor em mim contidas
Obrigada pela carga de ódio em mim despejada
Obrigada pelas tardes entediantes de domingo
Que só me traziam a mágoa
Obrigada por todos os medos a mim oferecidos
Obrigada pelos planos desfeitos, resultados não obtidos e amores amargurados
Obrigada por transformar a perfeição em agora minha solidão
Obrigada por toda Boaventura aos meus contrários oferecida
Obrigada por todo o sangue que aos poucos foi derramado
Obrigada pela culpa que corrói não só a mim quanto aos que eu amo
Obrigada por essa falsa liberdade que se esconde nas jaulas em que fui presa
Obrigada por todas as correntes que me cercam
Me impedindo de voar
Obrigada pela queda
Naquela linda noite de luar
Obrigada por toda a imperfeição dos meus sentidos
Obrigada pelo coração partido
Que novamente chora sem poder respirar
Obrigada pelas desculpas mal cabidas
E pelo suor que por nada foi derramado
Obrigada pelas ilusões inúteis
E pela insignificância do meu ser
Que aos poucos rasteja pelas gotas do que restou do que de bom você tem a oferecer
Obrigada pelos olhos tristes a mim direcionados
E pela falta de resolução nos problemas mal acabados
Obrigada pela destruição do meu mundo
Obrigada por me fazer não significar nada a quem pra mim significa tudo.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Como cair
Assim me revelo
Talvez o sereno do luar
Me mostre como caminhar
Os espinhos desse caminho
Me mostram a realidade
Mas eu ainda quero te sentir
Meu olhar ao cruzar com o seu
Me mostra quem eu sou
E assim vou me descobrindo
Me proibindo de sentir
De sentir a essência
A essência que me prende
Que me prende a você
A Você que sempre está
Está de alguma forma comigo
Mas minha mente está presa
Meu pensamentos estão presos
Eu estou presa
Estou presa a você
Mas não quero liberdade
Se é estando presa que posso ser quem eu sou
Prefiro estar presa a quem me faz feliz
Parece irreal
Mas em você encontro a realidade
Mas a verdadeira realidade me assombra
Quero te tocar
Antes que seja tarde demais
Minha pele suplica pela sua
Mas te manter ao meu lado
Tem um caro preço
Que estou disposta a pagar
Porque sei que este preço também é a você cobrado
Mas um dia seremos livres
Livres não de nos mesmos
Mas das grades que nos prendem separados
Nossas mãos não podem se tocar se você não está aqui
E aqui eu sei que gostaria de estar
Você deve escolher
Das lágrimas sei que não serei poupada
Mas elas irão me lembrar
Me lembrar de todo desejo
Me lembrar do seu coração batendo sobre meus ouvidos
Me lembrar de como isso me fez sentir viva novamente
Mas a noite fria vai passar
Eu sei
Eu acredito
Eu estou ao seu lado
E enquando você estiver ao meu
As noites de verão serão mais intensas
Até você me mostrar o infinito
E juntos irmos à um lugar só nosso
Um lugar em que ninguém poderá nos dizer o que fazer
Porque você estará comigo
Porque eu estarei com você
E aos poucos nos conhecemos
As minhas memorias aqui para sempre estarão
A te esperar no escuro
Por mais difícil que seja
Meu choro não é de desespero
Mas também não é de alegria
Não preciso forçar para me manter chorando
Ao contrario
Desejo que as lagrimas cessem
Mas elas apenas aumentam
Porque tenho medo
Medo do futuro
Medo de te perder
Medo simplesmente de você
E do que você faz comigo
Como você me faz sentir apenas eu
O que para mim significa tudo
Mas desejo que alguns momentos sejam eternos
Como este em que te escrevo com lagrimas
Como quando nossos dedos se cruzam
Como quando me sinto viva ao te beijar
Como quando você simplesmente é você
E me faz te desejar cada vez mais
O medo está vindo das montanhas
E esse medo
Não é como aquele que tinha do escuro
É maior
É forte
É devastador
Não posso te prender no meu mundo
Não posso te submeter aos meus sonhos
Não posso implorar que fique
Mas também não posso acreditar no que não acredito
Não posso ver o que você vê
Nem muito menos sentir o que você sente
Queria eu que fosse diferente
Mas não é e nem pode ser
Sempre desejo o mais difícil
E me vejo me afogando em lagrimas outra vez
Quando encontro o certo
Esse foge do meu alcance
E voa para onde não posso alcançar
Eu não posso voar
Mas talvez possa dançar
Dançar no ritmo da nossa música
Mas não posso dançar sozinha
Não dessa vez
Mas porque tudo o que vivo tem que ser tão intenso?
Talvez intensidade não seja diretamente proporcional à duração
Mas a saudade me invade
E a duvida me atinge
Eu não posso te manter preso
E você não pode me obrigar a ficar
Talvez juntos agora não podemos voar
Quem sabe um dia
O infinito nos una
Talvez a paixão possa renascer
Quem sabe em outras circunstâncias
Quem sabe em outras constâncias
Quem sabe em outras danças
Eu te encontre à luz do luar
Eu não quero te ver longe
Mas mesmo assim
Te quero pra mim
Mas estando ao meu lado eu posso te machucar
Mil desculpas não lhe posso dizer
Mas triste novamente não quero te ver
Desabaria só por te ver desabar
Amor nos seus sonhos gostaria de estar
Mas sei que a culpa já se tornou maior do que deveria
E sozinho você não pode suportar
Talvez poderíamos ir mais devagar
Não gosto de ver seu rosto dividido
Entre amar ou acreditar
Sei que entre os dois não seria a escolhida
Do mesmo modo que assim não posso te escolher
Nem te obrigar
Tristemente um ao outro não podemos ter
Mas te desejo em cada amanhecer
E triste choro ao ouvir o feliz canto do pássaros
Porque os invejo por a mesma sorte não possuir
Mas continuo sem desistir
Talvez um tempo para pensar resolva com tudo
Em meus sonhos ainda poderei te encontrar
E nas ilusões da vida
Talvez te beijar...
Ficar ou partir
Sonhar ou desistir
Essas escolhas...
Não paramos de escolher
Não importa o que aconteça
São as nossas escolhas que nos fazem
Mas seriam elas o que realmente queremos?
Ou seriam simplesmente uma projeção do que queremos que os outros pensem que somos?
Quem seria eu?
Será que eu sei
Talvez já tenha me perdido
Ah tempo
Dizem que você tem o poder de cura
Mas poderia curar um coração partido e culpado?
Devo confiar no tempo?
E se minha escolha estiver em outra dimensão?
E se o tempo não poder me curar?
Seria eu livre do sofrimento
Ou prisioneira do seu olhar?
Posso querer mais do que devo
Posso sonhar mais do que quero
Posso pensar mais do que sonho
Mas não posso viver mais do que eu vivo
Será que realmente vivo?
Será que já não estou morta?
Mas porque não parto?
Deveria fugir e desistir de tudo o que me faz mal
Ou deveria ficar e continuar me submetendo?
Talvez o peso da escolha seja demais
Não estou pronta
Não estou tonta
Não restou tanto
Não restou rota
Só restou arrependimento...