segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pássaros
Aquelas criaturinhas felizes
Elas me enjoam
Aquele doce cantar ao amanhecer
Me dá náuseas
Mas por quê?
Talvez o vôo
A vontade de ser livre
O desejo do céu nunca conquistado
Sim, tenho inveja dos pássaros
Não são apenas felizes
São a projeção perfeita
De tudo o que desejara para mim,
Para nós
Será que irei alcançar?
Tenho o orgulho e a decência de dizer que não
Não irei alcançar os pássaros
Nunca cantarei como eles
Não posso voar
Nunca serei livre
E é por isso que nunca me esqueço dos pássaros
É por isso que o meu incômodo se transforma em submissão
Aquelas vasilhas imundas
Espalhadas pelo meu quintal
Repletas com banquetes para quem aprecia
Continuam simplesmente no meu quintal
Esperando serem degustadas pelo meu maio inimigo
Ou diria amigo?
Porque sei que nos pássaros posso confiar
Porque eles não revelam os segredos
Se eu os obrigar a cantar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário