"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." - Platão
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
Doce palavra
Surge do nada
E parece eterna
Dúvida é o que gera
ou o que a gera
E só um abraço melhora
Será?
De que adianta um abraço se não é verdadeiro?
De que adianta um beijo se não é espontâneo?
De que adianta eu procurar o que não acho?
Se você estiver lendo isso, sim você
O motivo desse poema
Saiba que odeio ficar longe
Odeio não saber ao certo do futuro
Mas gosto de escutar suas palavras quando sei que são verdadeiras
E não uma simples convenção de relacionamento
Gosto quando a espontaneidade te domina
Gosto de carinhos inesperados
Mas não só esses
Os esperados também são bons
Nos coloca em sincronia nos espontâneos
Só queria poder voltar ao começo e contar a ti como sou feliz com você
Dizer pra você que pode sim dá certo
Será que você teria mais certeza?
E se eu fosse ao futuro para descobrir se o nós eterno será?
Você acreditaria ?
E então mais uma prova de amor
Será que é?
Se for, porque pensar mais?
Eu estou aqui
Sempre estarei enquanto puder
Mas quando você for embora
Não permanecerei
Não me machucarei mais
Mas também talvez eu nunca voltarei
Porque sentimento para mim é importante
E ele só pode ser ferido uma vez por alguém
Como uma chance única
Que nunca voltará
Mas enquanto isso não ocorre
Eu te valorizo
Sempre
Por favor pensa logo
Me tira dessa situação instável
De chorar a cada vez que meu celular toca
Pela espera de ser você
Mas não vou te responder como antes
Preciso que isso venha de você
Para que eu tenha certeza
De que sua dúvida passe
Fazendo assim a minha passar
Não sei se aguento isso outra vez
Por favor, que seja a última
Não sabem como machucam
Por mais sinceras que estejam sendo
Dói, machuca, incomoda, irrita, passa
Tudo passa sempre
Será?
E se dessa vez for diferente?
E se eu não quiser que passe?
E se eu não quero ver?
E se eu não enxergo seus defeitos?
E se eu defendo seu erro?
Como saberei?
Só sei que insisto
Cada vez mais
Não quero mais um fim
Quero outro começo
Ao seu lado
Não quero o passado
Não quero o presente
Quero o amanhã
Aquele que talvez não chegue para nós
Será?
Você seria capaz de abandonar assim?
Por uma simples dúvida?
Alguém que fez, faz e fará muito por você?
Não canso de pensar o porquê
Por que agora?
Por que assim?
Porque ?
Não desejo mais feridas
Acreditei que você as cicatrizaria
Acreditei que tudo passaria
Mas volta
Volta
Sempre volta
E eu volto, dou voltas
Ando para frente e para trás
Onde estamos agora?
Parados?
Sozinhos?
Por que??
Se eu faria tudo por você
Ingrato? Talvez
Mas o que eu posso fazer?
Sempre me derreterei por você!
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Assim bate o tempo todo
Me trazendo alegrias e tristezas
Por causa de uma simples substância
Maldita adrenalina
Tum ta-tum
E continua a bater
Bombeando o líquido da vida
Que escorre em minhas artérias
Carregado pelo ar que respiro
A caminho de minhas células que já nem sei se vivas estão
Como estariam mortas se meu sangue ainda corre?
Mas como ainda vivo com essa pulsação terrível
Que meu coração sente quando te vê
Não sei se é dor, ânimo ou desespero
Tum ta-tum
Mas que culpa tem meu coração
Que só tem uma principal função
A função de me manter viva
Nem é ele que manda em minha vida
Ele é mais um capacho das minhas células nervosas
Essas sim são a causa do meu desespero
Que me faz cair por inteiro
Aos seus pés novamente
Tum ta-tum
Queridas veias
Vocês não sairiam impunes
Desse meu relato acusatório
Onde só busco a culpa e não a solução
Vocês levam os restos
Restos líquidos sem vida
Para recicla-los mais uma vez
Vivo com sangue velho por sua causa
Nada de novo tenho
Só tenho o que foi transformado e reutilizado
Assim meu sangue ainda carrega
Os restos de dor e tristeza que sobraram
A alegria inicial foi morta nesse ciclo interminável
A felicidade não é reciclável
Tum ta-tum
Átrios e ventrículos
Se preparem para a sentença
Da sua culpa injustiçada
Já que sei sua importância
Nada mais simples do que acabar uma vida ao começar por vocês
Por isso possuo esse punhal em minhas mãos
Que logo irá apunhalar
Meu triste coração
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Abro minha vida
como algo banal
Te recebo com sorrisos
Te faço mil agrados
Mas e você?
Retribui humildemente isso?
Ou só aceita e ignora?
Sim, sou uma hipócrita
Esperando retorno de quem não se importa
Esperando palavras vazias que me fazer sorrir
Esperando as migalhas
Me escondendo por não saber ao certo
como dizer aquilo que não sei como expressar
Aquilo que não sei entender
Me perco em minha pequena grande bagunça
Não encontro a porta de saída do meu ilustre coração
Talvez porque eu já não estou nele
Nele só restou você e a escuridão
Só restou a minha servidão
Como uma escrava que não sabe como reagir
Como alguém que deseja servir
Sem receber nada em troca
Como o amor de quem só agrada
De quem não quer magoar
De quem se importa com o que você sente
Você faz o mesmo?
Me ama na mesma intensidade?
E se acabasse?
Você iria chorar? Ou no dia seguinte estaria bem?
Difícil obter respostas de quem não sabe responder
Difícil realizar perguntas se eu não sei o que dizer
O resultado é deixar seguir
É deixar passar para ver até onde podemos ir
quarta-feira, 16 de março de 2016
Pintei o céu
Com cores vivas
Confesso ter acreditado
Que o cinza não apareceria
Mas as cores descascam
Como uma embalagem velha
E dói ver que o conteúdo
Não é nada como o prometido
Escolhas que cercam
Mas elas não são minhas
Te dou a opção,
Nunca a resposta
Te dou consequências
Nunca resultados
Te dou sonhos,
Vida
Ou será você que os fornece para mim?
Mas as tempestades passam
E se tornam simples garoas de verão
Aceitar os problemas
Viver mentiras
É o que tem pra todo dia
A escolha é sua
A escolha é minha
A escolha é a ilusão digressiva
Que me faz dizer
Sentir
Dormir
E nunca mais viver
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Luzes piscantes
Estrelas brilhantes
Sonhos da vida
E do mar que se põe durante o sol
Não vejo a água
Só o silencioso caos dessa cidade
Apenas o lerdo correr dos humanos
E as sensações indo e vindo
Mas não as percebemos
Estamos fixos ao horizonte
Não viajamos às nuvens
Somos bichos presos na selva predial
Que abafa
Que não deixa a chuva de sonhos
Cair gota a gota sobre nós
Porque somos passageiros
Somos a poeira do mundo
Que passa enquanto a Lua dorme calmamente
E vamos virando nosso tudo no nada do universo
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
A fantástica fábrica de pessoas "perfeitas"
Se um dia te compararem com alguém, um primo, um amigo, ou qualquer um e te perguntarem:" por que você não é como fulano?", diga que é porque você tem essência, você não está morto. Sabe aquelas pessoas que nunca fazem nada de errado? Não se arriscam e nem se dão a liberdade se experimentar algo? Não seja uma delas, esses perfeitinhos, sim, eles são o vazio. Eu sou vazia, sou um simples corpo vagando em meio a tantas almas alegres, não tenho essência. Não me deram a escolha, e hoje não consigo mais decidir por mim mesma.
Sim, você pode errar, você deve fazer isso, você é humano. Não vai ser chegando depois do horário em casa, nem mesmo mentindo por algo simples que você precisa morrer por isso. Ninguém precisa saber de tudo, você não precisa contar tudo, não precisa ser aquilo que as pessoas querem que você seja. Seja autêntico. Eu não sou, e talvez nunca seja. Sempre fui aquele tipo de criança medrosa, nunca saí pra rua pra fazer amigos, nunca brinquei de esconde esconde com alguém diferente dos meus primos ou dos amiguinhos da escola, sempre fazia tudo o que meus pais pediam, um anjo, a criança que todos pais sonham em ter. Meus primos e amiguinhos ficavam de castigo, sem ver TV ou mexer no computador, em casos mais extremos recebiam algumas palmadas. Eu nunca, diziam que eu não precisava, era só falar que eu aprendia. Não estou aqui defendendo castigos, nem mesmo agressão em crianças, pelo contrário, sou extremamente contra. Eu estou defendendo a autenticidade, o pensamento próprio, a liberdade de errar.
Agora, adolescente, como qualquer outro, queria me rebelar, queria sair de noite pra uma balada sem ter hora pra voltar, beber mesmo sendo proibido pra menores, queria colocar um piercing no nariz ou fazer uma tatuagem no braço. Mas não posso, eu não sou assim, me falta coragem, me falta força pra expressar minhas vontades. Sou fruto do que minha mãe me ensinou desde pequena, que eu devo me comportar como uma dama, não posso usar uma camisa de banda largada só por usar, porque tenho que me vestir como uma mulherzinha, eu devo me casar virgem, porque mulher tem que se dar o respeito. Biquíni? Só se usar um shorts por cima. Usar um decote mais chamativo? Esquece, você não é uma puta pra mostrar seu corpo.
Se eu saio de qualquer uma dessas regras sou repreendida, alvo acontece de estranho, e eles sempre dizem:"Luana, você ainda é criança demais pra crescer".
E agora quem sofre as consequências sou eu. Se um dia eu não soube como discordar deles me tornei uma conformada, eu simplesmente deixei de demostrar minhas vontades pra qualquer um, eu sempre digo a mesma coisa:"você que sabe", porque eu não quero que a pessoa faça algo que eu queria e ela não. E assim eu faço coisas que não quero só pra agradar. Alguns dizem que isso é falsidade, ou que não se pode agradar a todos. Mas se você for uma dessas pessoas,por favor, entenda meu lado, sou o resultado da pressão pela perfeição, me tornei um simples capacho da vontade do meu próximo. Sou séria demais pra tentar fazer alguém rir, na verdade eu tenho medo de fazer uma simples piada que veio na minha cabeça e a pessoa me julgar por isso. Sou a cria do julgamento massivo, dos repressores. Dos sonhos de quem queria ser perfeito, mas não sabe que são os erros que te tornam humano.
Eu quero errar, um dia sei que vou. Aprendo a cada dia como ser simplesmente eu, como ser autêntica, como ser livre. Sou um pássaro nascido em cativeiro que não sabe voar, mas que com as quedas vai aprendendo a subir cada vez mais alto. Até ser livre. Quem sabe.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Sol pintado de azul 💙💚
Queria escrever
Escrever versos e rimas
Sussurros e prosas
Verdades e mentiras
Mais mentiras do que verdade
Pintei em um céu um sol azul
O céu com o sol azulado era meu conforto
E ele sempre estava na minha frente
Pessoal ou virtualmente
Ele se escondia atrás do brilho dos seus óculos
Que ficavam escuros durante um dia ensolarado
O que me fazia rir de você
De óculos de sol sem querer
Do sol que vivia em você
Mesmo sem ao menos saber
Um sol azul como o mar
Mar que eu gosto de navegar
Durante a noite
Durante o dia
Durante uma tempestade vazia
Durante eu e você
Ou sobre você
Sobre você é mais fácil escrever
Escrever sobre um sol
Um sol pintado de azul
Apenas como seus olhos
Que você insiste em chama-los de verde
Se verde fossem seriam como os meus
Mas os meus não são verdes
São verde que se finge de castanho
Castanho como o tronco de uma árvore
Plantei uma árvore
E nela nasceu uma flor
Uma flor verde e azul
Só faltou o amarelo pra ser brasileira
Mas a árvore não era daqui
Ela era estrangeira
Era do nosso próprio país
Aquele que agente caminha quando se olha bem nos olhos
Nele o sol é azul e o mar é verde
A areia é vermelha
Mas as pedras são brancas como gelo
Porque adoramos ficar no frio
Juntinhos dentro de um cobertor
Procurando por calor
Calor que nasce da gente
Que brota lá do coração
E vai subindo até virar febre
Ela alerta que tem algo de errado
Mas é claro que tem
Nada é perfeito
E é por isso que eu adoro seus defeitos
É um desafio consertá-los
Não eles mas eu
Me balancear na medida certa do seu coração
Que quem sabe bate tão forte quanto o meu
Só de te ver todo de branco
Gelado como o gelo
Mas os lábios vermelhos
Vermelhos como brasa
E os olhos sempre azuis
Azuis como meu sol
Meu sol pintado de azul
Sussurros ao vento
Tardes de sol
Dias serenos
Assim se torna minha vida
Fácil, simples, descomplicada
Te conheço a tanto tempo
Mas só nos falamos a um mês
Como as coisas se encaixam
De maneira não esperada
Não sei explicar
Mas sei que elas dão certo
Como deveriam ser
As montanhas escondem seus mistérios
E eu navego no mar desconhecido do seu olhar
Que me leva
Pra onde ninguém nunca me levou
Suavidade da nuvem
Ou seria a claridade do sol
Me embalando em uma dança ritmada
Pulando feliz
Como crianças que descobrem seu reflexo no espelho
Me sinto como uma gota de água no mundo
Uma gota que um dia fará falta
Me sinto como uma estrela no céu
Brilhando para iluminar seu caminho
E se eu não tivesse ido?
E se não nos esbarrássemos naquela esquina?
Será que ainda estaria te procurando?
E se nossos olhos não tivessem se cruzado?
Se não olhássemos para a mesma direção no mesmo momento?
Você ainda seria meu tudo como é agora?
Como sempre foi nos meus sonhos?
Se você gostar de saber,
Eu acho que eu meio sinto algo por você
Mas dizer o que seria burrice
Porque nem eu mesma sei explicar
Eu simplesmente não sinto minhas pernas
Quando estou ao seu lado
Eu mal posso respirar quando você me olha
Quando a sua mão encosta na minha
Meu coração não é mais meu
Mas quando você me beija
Eu não posso dizer que falo por mim
Eu apenas te deixo me conduzir
Como quem conduz um carro em uma avenida vazia
Eu me sinto liberdade
Me sinto fraqueza
Me sinto força
Me sinto presa
Me sinto nós
Me sinto eu
Me sinto voz
Só talvez eu sinta nada em meio à um tudo.